22 outubro 2010

A história do Homem da Meia Noite

O atual Clube de Alegoria e Crítica O Homem da Meia-Noite, surgiu no carnaval de 1931, como uma dissidência de sócios da troça carnavalesca o Cariri de Olinda.
O pintor de paredes Luciano Anacleto de Queiroz; o carpinteiro Sebastião da Silva; os encadernadores Cosme José dos Santos e Heliodoro Pereira da Silva, além do sapateiro, Manoel Joaquim dos Santos (Neco Monstro), todos olindenses, revoltados por não terem sido contemplados na chapa oficial da diretoria do Cariri, criaram a
Troça Carnavalesca Homem da Meia-Noite.
O nome foi inspirado pelo herói de um seriado de aventuras exibido, na época, no Cinema do Carmo, em Olinda: um detetive que saía de dentro de um relógio para prender criminosos.
Para desbancar o Cariri, que tinha orgulho de abrir o carnaval de Olinda, desde o século XIX, o Homem da Meia-Noite saiu, no primeiro minuto do domingo de Momo, pelas ruas da cidade, antes do seu novo rival.
Nos dois primeiros carnavais, de 1931 e 1932, a troça não contou com alegorias. Saiu apenas com o seu estandarte, bordado com um relógio marcando doze horas, e um boneco gigante confeccionado por Luciano Anacleto de Queiroz e Benedito Barbaça, marceneiro e entalhador.
Com a estrutura em madeira, o boneco original tinha a cabeça, o busto e as mãos em papel gomado e massa corrida para o acabamento, pintados numa tonalidade semelhante à da pele humana. Media 3,50 metros e pesava 50 quilos. Seus braços eram recheados de palha para colchão e, assim como os punhos e as mãos, continham areia para mantê-los em posição durante as evoluções. Para a confecção das roupas foram necessários mais de 22 metros de tecido.
O carregador do boneco gigante o leva na cabeça, apoiado em uma almofada. Para que possa se orientar ao andar e dançar, a cintura do boneco fica na altura dos seus olhos, onde existe uma abertura (no local da braguilha da calça do boneco).
O Homem da Meia-Noite foi carregado durante 57 anos pela mesma pessoa, o bonequeiro Cidinho, que nunca teve problemas em enfrentar o peso e o calor no interior da estrutura do boneco. A temperatura pode atingir mais de 40º, durante o desfile pelas ladeiras olindenses.
Sua primeira sede ficava na Rua do Amparo nº 31. Atualmente, está localizada em frente à Igreja de Nossa do Rosário dos Homens Pretos, no bairro do Bonsucesso, na Marim dos Caetés.
O hino do clube, tanto a letra quanto a música, são de autoria do mestre Bernardino da Silva, que foi diretor da Banda 10 de Novembro, de Olinda.
Desfilou sem interrupções de 1931 até 1949. De 1950 a 1953, no entanto, o clube não saiu principalmente por falta de recursos financeiros. A partir de 1954, ano de comemoração da Restauração Pernambucana, o então prefeito de Olinda, Alfredo Lopes, destinou verbas para o clube que voltou a desfilar sem mais interrupções até hoje.
Desde a sua fundação, o Homem da Meia Noite mantém a tradição de desfilar pelo mesmo percurso, nas ruas da Cidade Alta, em Olinda, abrindo oficialmente à meia-noite do sábado de Zé Pereira, o carnaval da Marim dos Caetés.
Seu calunga, o boneco gigante mais antigo a circular pelas ladeiras olindenses, foi escolhido por aclamação popular para ser o símbolo do carnaval 2006 e da cidade de Olinda, 1ª Capital Brasileira da Cultura.
Em dezembro de 2006, o Clube de Alegoria e Crítica O Homem da Meia-Noite recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.
Como Ponto de Cultura, a agremiação tem responsabilidade para com o fomento da cultura carnavalesca e da produção artística de Olinda.
FONTES CONSULTADAS:
BONALD NETO, Olimpio. O Homem da Meia-Noite. Recife: Fundaj, Inpso, Coordenadoria de Folclore, 1978. (Folclore, n. 46).
BONECOS Gigantes de Olinda. Disponível em: . Acesso em: 22 jan. 2007.
PATRIMÔNIO vivo na Cultura Viva. Disponível em: . Acesso em: 23 jan. 2007.
SÍMBOLO: os encantos do Homem da meia Noite. Disponível em: . Acesso em: 23 jan. 2007.

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